Zona de conforto/desconforto

Estive 3 dias em formação e reunião em Madrid, vou vos contar a minha primeira experiencia de quando vim à minha primeira reunião/formação aqui em Espanha.

Tinha começado a trabalhar na IKEA fazia um ano, quando fui destacado para ir representar a minha loja numa reunião Ibérica. Nesta altura a última vez que tinha andado de avião tinha sido à 5 anos atrás quando fiz a minha viagem de finalistas, fomos para a república dominicana num avião daqueles mesmo grandes.

Na altura que ia para a o aeroporto estava um pouco apreensivo com todos os procedimentos, pois já não me lembrava como tinha sido a 1 experiência. Ir para Espanha onde não conhecia ninguém nem o local, também não me estava a deixar nada à vontade, confesso! Ao chegar à pista para embarcar, deparo com um avião minúsculo, de nome “Cuco”, mais panisgas não podia ser! Entrar num avião em que me tive de me abaixar para andar no corredor, foi um pouco claustrofóbico.

Lá cheguei ao local com as indicações escritas num papel, entrei no edifício procurei a sala e quando entro, estava atrasado cerca de 1h, abro a porta e cerca de 30 pessoas ficam a olhar para mim (a primeira emoção foi, PANICO). Sentei-me na cadeira reservada para mim e todas as pessoas param o que estavam a discutir para se apresentarem (acho que não ouvi metade), no final eu também me apresentei, depois deste momento a minha respiração voltou ao normal, o fluxo sanguíneo também, assim como o meu nível de atenção. Esta experiência foi muito desconfortável para mim. A cereja no topo do bolo foi quando que disseram que como não estava mais ninguém de Portugal, por isso teria a responsabilidade de representar o país, sem pressão!
Hoje aqui numa reunião semelhante já me sinto completamente confortável, e tu aquilo que senti no passado percebi que eram representações internas minhas, não muito orientadas para o sucesso!

Mas afinal o que é isto da nossa zona de conforto e zona de desconforto?!

Poderemos dizer que a zona de desconforto é onde reside o nosso potencial de crescimento. Na experiencia que vos conto, a minha zona de conforto seria ficar em Portugal numa reunião onde conhecesse as pessoas e dominasse minimamente os temas. A verdade é que normalmente a nossa zona de conforto não nos acrescenta valor. Ao permanecermos nos sítios, funções, experiencias, comportamentos que já conhecemos e dominamos, é exactamente ai que ficamos, no mesmo sitio!!! A zona de desconforto, só é desconfortável nos primeiros momentos, rapidamente passa a ser confortável e ganhamos mais recursos e ferramentas. Se quiserem podem substituir (o significado na vossa mente) para zona de potencial crescimento.

Aqui entram com grande peso as nossas representações internas (aquilo que representamos/imaginamos como sendo a nossa realidade), pois elas vão, juntamente com as nossas crenças, ajudar a criar os nosso estados emocionais.

Depois da minha primeira experiência, eu podia ter representado para mim que aquela experiência tinha sido muito desconfortável, e mediante a minha referência passada, criar um estado de ansiedade brutal da próxima vez que voltasse a viajar para uma situação semelhante. Ou numa situação extrema, faria tudo para não viajar de novo!

A verdade foi, pensei (a minha representação interna e crença) que tinha tido um oportunidade incrível por ter estado ali e que é normal o que senti, pois era algo novo. Assumi o compromisso que na próxima vez que tivesse a oportunidade voltaria a faze-lo e de certeza que estaria mais à vontade. Na segunda vez já me senti mais confiante e agora nesta última é como virar panquecas!!!

Conclusão, façam das vossas zonas desconfortáveis as confortáveis e isto é um processo contínuo. Quando sentirem que algo não vos deixa muito à vontade, façam por viver essa experiência...claro, se estiver no caminho que vocês querem percorrer!

Não fiquem no sofá a ver o jogo só porque o teu cérrebro te diz que é mais confortável, levanta-te e joga também!

Podemos aprender muito com o garfield;)